Published: Jul 21, 2015 by CarlosGrohmann
Durante 15 dias em julho/2015 o Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas (GBPE) em conjunto com o La Venta Esplorazioni Geografiche organizaram uma expedição de exploração espeleológica/geográfica na Serra do Aracá, norte do Estado do Amazonas. A equipe contou com cinco brasileiros e quatro italianos:
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Ezio Rubbioli (Bambuí)
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Alexandre Lobo (Bambuí)
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Daniel Menin (Bambuí)
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Carlos H. Grohmann “Guâno” (Bambuí / USP)
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Bernardo M. Bianchetti (EGB)
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Alessio Romeo (La Venta)
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Luca Imperio (La Venta)
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Martino Frova (La Venta)
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Pier Paolo Porcu (La Venta)
A área da Serra do Aracá está protegida pelo Parque Estadual da Serra do Aracá, mas como muitas das unidades de conservação no nosso Brasil São criadas na base da canetada, a área do parque tem sobreposição com a Terra Indígena Yanomami e com a Floresta Nacional da Amazônia (sem contar a faixa de fronteira que é uma área especial e mais complicada).
Para visitar o parque, é preciso solicitar uma autorização de visita ao Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (DEMUC) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) do Amazonas. Nossas atividades foram realizadas com as devidas autorizações de visita (nº17/DEMUC/SEMA) e de pesquisa científica (nº15/DEMUC/SEMA). Não é fácil encontrar os contatos do DEMUC, mas há agências de viagem que promovem pacotes para o Aracá, e na teoria essas agências devem cuidar da burocracia. No nosso caso, toda a logística de barcos, voadeiras, carregadores, etc ficou a cargo do Allen Gadelha de Barcelos, que cuidou muito bem de nós e não deixou faltar nada.
Sobreposição das áreas de conservação
A cidade mais próxima da Serra é Barcelos, e como atualmente não há voos comerciais regulares, é necessário fazer esse trajeto de barco.
Localização da Serra do Aracá, cerca de 200km (em linha reta) a norte de Barcelos (imagem GoogleEarth)
Apesar de não haver muitas informações disponíveis, a Serra do Aracá tem se tornado mais conhecida por causa da Cachoeira do Eldorado, que seria a mais alta do Brasil, com 353m de altura. Não sei se essa informação é oficial mas pelo menos é o que consta na Wikipédia (que, como diria o Átila Iamarino, é a “melhor e menos confiável fonte de informação da internet”), apesar do nome da cachoeira estar diferente (El Dorado). Já uma notícia no site da Embrapa coloca a altura da “Cachoeira do Aracá” em “cerca de 365m”. Como eu esqueci de levar minha trena de 400m, não consegui medir a altura do trem. Fica pra próxima.
Geologicamente, a serra é composta de quartzitos mesoproterozoicos da Formação Aracá, enquanto que nas planícies temos depósitos quaternários (principalmente a sul), rochas intrusivas e metamórficas mesoproterozoicas e paleoproterozoicas (granitos, granitoides e gnaisses).
Geologia da região da Serra do Aracá (CPRM). Em azul, os quartzitos da Formação Aracá.
Todos os integrantes da expedição se encontraram em Manaus para organizar as tralhas e seguir para Barcelos. Optamos pela lancha rápida, que leva “só” 11-12 horas para esse percurso. No total, quase 500kg de equipamentos foram embarcados. A lancha saiu de Manaus às 16:00 da terça-feira dia 30/07 e chegou em Barcelos às 04:00 da manhã. Durante a noite, metade do nosso pessoal ficou do lado da lancha que era próximo de uma porta que leva para um pequeno espaço na proa, e como havia muita gente que queria pegar um ventinho, quem estava desse lado passou quase toda noite com frio por conta do vento que entrava no barco. A outra metade dos integrantes, por outro lado, quase derreteu de tanto calor, porque um dos aparelhos de ar condicionado não funcionava.
400kg de tralhas
Distribuição da temperatura na lancha rápida
Chegando em Barcelos rapidamente passamos nossas tralhas para o barco que seria nossa casa pelos próximos dias, e iniciamos a navegação rio acima às 05:00. O barco era muito bom, com suítes para duas ou três pessoas, cada uma com ar condicionado (eu mesmo não ligo tanto para quartos e ar condicionado, até prefiro dormir em redes, mas quem já fez trabalhos de campo de 20-30 dias na Amazônia, com barcos que têm apenas 2 banheiros para toda a equipe, mais a tripulação, sabe bem a diferença que os banheiros das suítes fazem).
Home sweet home
Café da manhã dos campeões
Foram 36h de navegação pelos rios Negro, Demeni e Aracá, até o início do Rio Jauari, de onde não poderíamos continuar com o conforto do barco grande, pois o nível das águas estava baixo e haviam muitos galhos e troncos sob a água (em época de cheia é possível subir o Jauari até a confluência com o Preto).
Subindo o Negro
Reflexos
Voadeiras a reboque
Floresta
Relax no telhado do barco
Jacaré no seco…?
Fim de tarde
Aproveitamos o tempo para organizar os equipamentos, rever as estratégias para a exploração no alto da serra e aprender algumas das palavras mais importantes do idioma italiano. Além dos equipamentos pessoais, de fotografia/vídeo (tinha até um drone!), material para as ancoragens dos abismos e quase 800m de cordas, ainda tinha toda a comida de nove pessoas para seis dias no alto da serra. Separamos tudo de acordo com o cardápio do Ezio, embalando em sacos, um por dia. A ideia era de ter comida “normal” um dia (macarrão, carne etc) e comida liofilizada no outro. No cardápio diário, um almoço de fazer inveja: 3 barrinhas de cereais para cada um (devidamente complementadas por um terço de um pacote de biscoito e uma mãozada[zinha] de amendoim).
Chuva amazônica
Separando equipamentos
Tem até um gerador aí no meio
Tudo devidamente pesado
Comida de sobra
Sabores sortidos
Cada saco um dia
Do início do Rio Jauari pra frente, só com as voadeiras. No dia seguinte (03/07) bem cedo passamos o material para as voadeiras e seguimos pelos rios Jauari e Preto. O Martino aproveitou a ocasião para filmar nossa saída com o drone. No caminho, árvores caídas sobre o rio impedem a passagem em vários pontos. Nessas horas a motossera é nossa melhor amiga, pelo menos até a hora em que acaba o óleo ou solta a corrente, quando o machado e o terçado assumem o serviço.
Carregando as voadeiras
Tudo pronto
Martino e Pier Paolo preparam o drone
Droniando
Ma che catzo? Un palo di selfie?
Pier Paolo manja tudo das motosserras
Tinha um tronco no meio do caminho
Um não, vários
Tem que descer e empurrar
Serra do Aracá, vista (bem) de longe
Na confluência dos rios Jauari e Preto, um sinal de que mesmo em lugares como este, que parecem até intocados pela “civilização”, sempre tem um FDP por perto. Encontramos o corpo de uma onça pintada, sem a pele e a cabeça. No caminho, de barco, nossos guias comentaram ter visto uma pele de onça esticada para secar na margem. Agora sabemos de onde veio. Segundo os guias, a pele pode ter sido encomendada e a cabeça é “pra vender pros americanos”.
Onça
Seguimos nas voadeiras até um ponto onde o Igarapé Preto fica muito raso e com leito pedregoso, impossível de navegar. Agora só andando mesmo. Nosso pessoal de apoio monta um acampamento base aqui, e iniciamos a trilha até um ponto de acampamento no sopé da serra. Cerca de 6km depois montamos campo à beira do Igarapé Preto.
Fim da linha para as voadeiras
Acampamento de apoio
Mochila de selva
Igarapé Preto
Jantar às margens do igarapé
Durante a noite choveu um pouco, mas foi o suficiente para que o rio aumentasse bastante de volume, ocupando áreas que estavam secas no dia anterior. A área em que fizemos o jantar agora estava embaixo d’água, e nossas panelas teriam sido levadas pelo rio se o Ezio não tivesse atentado para essa possibilidade e colocado tudo em local seguro de madrugada. Nem todos tiveram tanta sorte: alguns deixaram roupas para secar nos grandes blocos de rocha do canal principal e algumas se perderam com a subida da água. Dizem que até uma bota foi levada pelo rio, mas eu acho mais provável que tenha sido o Curupira mesmo.
Porca miseria!
Depois de tudo organizado, é hora de subir a serra! Um dos guias diz que em duas ou três horas estaremos no alto. Confiantes, partimos, com as mochilas pesadas mas animados pela possibilidade de montar acampamento cedo e ainda poder explorar alguma coisa antes do final do dia. No meio da trilha, um pequeno incidente: uma formiga entra no olho do Bernardo e resolve picar lá dentro. Um tanto de água pra lavar tudo e ter certeza que a danada saiu, mais um tanto de colírio (com antiinflamatório, acho, era coisa dos italianos), um anti-histamínico pra garantir, uma gaze pra manter o olho fechado e pronto, podemos continuar.
Curativo fashion
Depois de umas duas horas andando a gente pergunta pro guia quanto falta pra começar a subida mais forte, a parte do paredão rochoso vertical que vemos de longe. Ele diz que em “mais ou menos uma hora” chegamos nesse ponto. Mais umas duas horas e: “falta muito?” “uma horinha”… Parece que tem alguma coisa errada. Isso fica claro quando o Ezio, que ia na frente junto do guia, pergunta pra ele se nessa trilha ia dar pra ver alguma das cachoeiras, e ele prontamente diz que não. “Mas eu tô vendo a cachoeira…” “O QUÊ?” “Ali ó..” “Ah, então tá errado!” “O QUÊ?”. Resultado: cerca de 6 horas de caminhada (com mochilas pesadas) na trilha errada. Decidimos voltar pro local do acampamento da noite anterior. Enquanto isso, o Ezio foi na frente pra checar uma outra possibilidade de trilha com nosso guia, uma trilha que ele usou para descer a serra muitos anos atrás (de noite, fugindo da PF que estava em uma operação contra o garimpo de tantalita…). Mais tarde o Ezio volta e diz que a trilha existe, e é bem marcada.
Perfil topográfico da trilha errada
A cachoeira no fim do caminho
No domingo (05/07), mais uma vez arrumamos tudo para a subida da serra. Depois da trilha errada, decidimos deixar uma parte dos equipamentos pessoais com o pessoal nas voadeiras, para aliviar o peso. Outra parte do material iria subir um dia depois com os carregadores. Como o Ezio havia dito, a trilha é boa e bem marcada. Segue em um aclive contínuo, dos 110m de altitude do acampamento até uns 770m, quando começa o trecho mais verticalizado. Em vários pontos desse trecho há cordas instaladas para auxiliar a subida. Perto da cota 830m, eu, Daniel e Pier Paolo (os últimos da fila), vimos que uma chuva forte se aproximava mas conseguimos encontrar um bom abrigo de rocha para esperar a chuva passar, que não dura muito. Continuamos a trilha até alcançar um patamar a 970m, que nos parecia ser o final da subida e paramos para descansar um pouco, o que também não dura muito, pois logo já escutamos o Ezio nos chamando, dizendo que estávamos a 10 minutos do acampamento. Um último esforço, uma última subida e chegamos no nosso campo base, a 1010m de altitude. Montamos o acampamento e fizemos o reconhecimento básico dos arredores: onde coletar água, onde tomar banho, onde seria o banheiro etc. À noite, o frio que esperávamos não veio e quando fui dormir a temperatura estava em 18 graus.
Perfil topográfico da trilha certa
Vista no finalzinho da subida
Panorâmica do campo base
Uma vez no alto da serra, e uma vez que era segunda-feira, portanto dia de trabalhar, nos dividimos em duas equipes: Ezio, Bernardo, Lucas e Alessio foram procurar a trilha do Abismo Guy Collet, enquanto eu, Daniel, Lobo, Martino e Pier Paolo fomos checar a trilha das cachoeiras e fazer umas filmagens com o drone. Aproveitei para coletar umas amostras de rocha para um projeto de pesquisa sobre evolução da paisagem dos Tepuis. De manhã, ainda fizemos um mousse de chocolate (liofilizado) para comemorar o aniversário do Luca. À noite, o Ezio nos conta que a trilha é boa e que a entrada do Abismo bate muito bem com a coordenada indicada no mapa do Akakor, o que é algo até incomum. Como a caverna está a mais de duas horas do nosso campo, resolvemos que a exploração será feita em equipes pequenas: a primeira equipe vai na terça-feira, monta um acampamento avançado no caminho e explora o abismo até tarde da noite. Na quarta uma segunda equipe sai cedo para continuar o mapeamento enquanto que a primeira equipe descansa e volta para o campo base. Na quinta uma terceira equipe vai para ajudar a desmontar a equipagem da caverna.
Névoa matinal
Pra mim? Ai que fofo!
Orvalho na teia
Com essa névoa fica fácil achar a trilha
Cachoeira do Desabamento. Igarapé Preto na parte de baixo da foto
Na terça-feira (07/07), a primeira equipe do abismo sai cedo com Lobo, Daniel e Alessio. Martino, Luca e Pier Paolo vão junto para ajudar a carregar as tralhas do acampamento. Ezio, Bernardo e eu decidimos explorar e mapear uma caverna que está do nosso lado. É um sumidouro do riozinho que usamos para tomar banho e como fonte de água. A entrada é entre blocos, bem apertada e ralante, mas logo depois o conduto amplia e impressiona pelo tamanho para uma caverna em quartzito. Chamamos a caverna de Campo Base e mapeamos cerca de 250-300m, em condutos com até 15m de largura por 3-4m de altura. Outro ponto interessante é a presença de muitos espeleotemas (quase certamente de sílica amorfa, similares aos já estudados em Tepuis da Venezuela), incluindo estalactites, estalagmites, escorrimentos e travertinos.
Gruta Campo Base - 1
Gruta Campo Base - 2
Gruta Campo Base - 3
Amblipígio
Espeleotemas na Gruta Campo Base
Entrada da Gruta Campo Base
Modelo 3D da Gruta Campo Base, feito no Survex a partir dos dados da topografia
No dia 08/07, a segunda equipe de exploração (Ezio, Bernardo e Luca) sai cedo e antes das 11:00 a equipe do Lobo já está de volta com notícias de que, das duas possibilidades de continuação da caverna, o lado que eles exploraram não prossegue. Desceram menos de 150m. Durante o dia fomos com os italianos fazer fotos na Gruta Campo Base e coletar amostras de rocha para um estudo sobre a alteração intempérica dos quartzitos.
Vista do alto da serra
Na quinta-feira, fomos todos para o campo avançado para ver se já iríamos desmontar a equipagem do abismo ou se a exploração iria continuar. Ao chegar no acampamento, todo o material (cordas etc) já está lá. Ezio nos diz que a segunda possibilidade de continuação do abismo também fechou, e que eles já haviam desmontado todas as ancoragens. Nisso começa a chover forte e entram 8 pessoas em uma barraca para 3. Só eu sobro do lado de fora porque alguém tem que fotografar essas coisas.
Ezio, Bernardo, Lobo e eu resolvemos ficar para avaliar as possibilidades de continuação de algumas fendas próximas do Abismo Guy Collet, enquanto que o restante do pessoal carregou uma parte do material de volta para o campo base. As fendas não continuaram como cavernas novas, mas conseguimos conectar uma delas à topografia dos dias anteriores, aumentando um pouco o desenvolvimento e o desnível que mapeamos.
Trilha para Abismo Guy Collet
Todo mundo na barraca
Menos eu :(
Topografia no trecho inicial do Abismo Guy Collet
Abismo Guy Collet - 1
Abismo Guy Collet - 2
Selfie no abismo (na verdade essa foto é do Lobo, não minha)
Na sexta-feirta (10/07), Ezio e Lobo (incansáveis) foram prospectar uma região além do Abismo Guy Collet, que havia sido observada em um sobrevoo realizado em 2014 e que estava marcada nos nossos mapas como “Deep Grieta”. O restante de nós foi procurar a trilha que chegasse no alto da cachoeira do Eldorado. Após mais uma chuva forte no meio da trilha (e de mais uma vez buscar abrigo nas rochas), encontramos a “trilha dos turistas”, que passa por belos mirantes e cruza o Rio Preto para chegar no ponto da queda da cachoeira. A queda d’água vista de cima é espetacular. Apesar o vento, o Martino tentou fazer uma filmagem com o drone, mas foi obrigado a jogar o bichinho contra as árvores para evitar uma possível perda de controle sobre a área da cachoeira que poderia resultar até mesmo em um “acidente aéreo” e na perda do equipamento.
Escarpas com névoa
Cachoeira do Desabamento
Panorâmica do Desabamento
Cachoeira do Eldorado
Igarapé Preto, no alto da cachoeira
Bernardo em êxtase e eu no maior medão
Panorâmica no alto da cachoeira
No sábado, nossos carregadores chegaram ao acampamento as 05:00 da manhã. Arrumamos tudo e às 07:00 iniciamos a descida. Apesar de um leve atraso por minha culpa (precisei coletar mais duas amostras na parte íngreme da descida), às 11:00 chegamos nas voadeiras e às 15:30 já estávamos no barco grande, com todo o conforto (e cerveja gelada). O nível do Rio Preto havia baixado bastante nesses últimos dias e a descida do rio foi mais vagarosa (com mais obstáculos para cruzar) do que a subida. Iniciamos a navegação de volta a Barcelos as 17:30 mas tivemos que parar às 19:30, por conta de um trecho pedregoso do rio que não dava para passar de noite.
Arrumação
Guardando tudo
Último café da manhã na serra
Arco-íris na descida
Descendo o Igarapé Preto
Protetor solar náutico
Navegando com chuva
De volta ao barco grande
A tão merecida cerveja
Equipamento sofisticado que achamos no barco
Navegamos pelo domingo e chegamos em Barcelos na segunda (13/07) às 05:00 da manhã. Durante o dia aproveitamos para lavar todos os equipamentos. Como o barco regional (“recreio”) para Manaus só partiria às 16:00, tivemos tempo para conhecer a cidade (é rápido). Aproveitei para despachar minhas amostras pelo correio direto para São Paulo. No recreio, as suítes e camarotes também eram bem confortáveis, apesar das camas serem um pouco curtas, o que dificulta o sono de quem tem mais do que 1,65m de altura. Chegamos em Manaus na terça às 14:00, alugamos dois carros e fomos para Presidente Figueiredo, cerca de 100km a norte de Manaus, uma região com muitas cachoeiras e cavernas em arenito.
Lava, lava, lava. Esfrega, esfrega, esfrega…
Secando tudo no telhado do barco
Segura pra não cair
Praticamente uma propaganda (só falta alguém me pagar por isso)
Redes no recreio para Manaus
Sossego
Metodologia complicada para ajustar a antena
Um último pôr-do-sol no Rio Negro
Em Presidente Figueiredo aproveitamos a oportunidade para conhecer algumas cavernas e cachoeiras e fazer fotos e filmagens. Infelizmente o Martino não quis voar dentro das cavernas e quando ele tentou filmar uma árvore, o drone encalhou em uma árvore e por pouco não fica por lá.
Jantar chique em Presidente Figueiredo
Caverna Maroaga
Gruta da Judéia
Técnica avançada de exploração espeleológica
“Ih, fechou..” “Então desce, catzo!”
A Serra do Aracá é exatamente o tipo de lugar que você pode dizer que é ermo. Que fica longe. Longe prá baralho. É preciso uma logística bem pensada pra fazer uma expedição lá. Estávamos em 9 pessoas (sem contar a equipe de apoio), levamos quase 400kg de equipamento para cima. Levamos 800m de cordas esperando descer o abismo mais profundo do Brasil, da América do Sul, e do mundo (em quartzito), mas não encontramos a passagem. E ainda não entendemos o que pode ter acontecido. Será que um desmoronamento fechou as passagens exploradas anteriormente? Será que não procuramos direito? Será que o Curupira enganou a gente?
Provavelmente teremos que voltar para averiguar melhor. Enquanto isso, temos um farto acervo fotográfico e de vídeo para processar, e as amostras coletadas serão analisadas em dois projetos de pesquisa: um sobre a evolução da paisagem e taxas de erosão nos Tepuis, e outro sobre a alteração dos quartzitos pelas águas (ácidas) da região e sua ligação com o desenvolvimento dos sistemas de cavernas.
Que venha a próxima expedição!
Quer mais? Dá uma passada no TerraSub pra ver mais fotos do Daniel, incluindo de dentro do Abismo Guy Collet. No site do La Venta também tem uns posts sobre a expedição, e na página do Martino no facebook tem um video muito legal.
Aviso Legal:
Agradecemos ao Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (DEMUC/SEMA) e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) do Estado do Amazonas pelas autorizações de visita (autorização nº17/DEMUC/SEMA) e pesquisa científica (autorização nº15/DEMUC/SEMA) em área de preservação permanente - Parque Estadual da Serra do Aracá.
Comments
Diego Moraes: Muito legal a aventura, parabens… Por acaso voce tem pontos marcados, rotas de como chegar? obrigado
Fernanda: Parabéns pela força e coragem e principalmente por compartilhar isso com todos nós! Pretendo fazer essa expedição ainda esse ano ou 2017, se souberem ou puderem passar informações quanto guia, guia local, agencia de turismo do barco, seria de grande valia. Obrigada e mais uma vez parabéns!
Jessica Farias: Nossa que espetáculo! deu pra sentir na pele essa aventura, sonho de todo mochileiro/aventureiro (assim como eu srsrs) viver uma experiência como esta, daria um bom livro. Parabéns turma.